Artigo sobre AIDS encontrado na Revista Eletrônica de Jornalismo Científico Com Ciência da SBPC. Número 76, ano de 10/05/2006.
Artigo |
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A evolução e distribuição social da doença no Brasil |
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Por Ana Maria de Brito |
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Qualquer epidemia é o resultado de uma
construção social, conseqüência do aparecimento de uma doença com
características biomédicas, sanitárias e demográficas particulares. A
identificação, em 1981, da síndrome da imunodeficiência adquirida,
habitualmente conhecida como aids, tornou-se um marco na história da
humanidade. A epidemia da aids, causada pela infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV), é um fenômeno global, altamente dinâmico e
instável, cuja forma de ocorrência nas diferentes regiões do mundo depende,
entre outros fatores, do comportamento humano individual e coletivo. A propagação da aids, no Brasil, revela uma epidemia de múltiplas dimensões que vem, ao longo do tempo, sofrendo extensas transformações na sua evolução e distribuição social. De uma epidemia inicialmente restrita a alguns círculos cosmopolitas das denominadas metrópoles nacionais – São Paulo e Rio de Janeiro - e marcadamente masculina, que atingia prioritariamente homens com prática sexual homossexual e indivíduos hemofílicos, depara-se, hoje, com um quadro marcado pelos processos da heterossexualização, da feminização, da interiorização e da pauperização. O aumento da transmissão por contato heterossexual tem resultado em um crescimento substancial de casos em mulheres, sendo apontado como o mais importante fenômeno para o atual momento da epidemia.
Tendência espaço-temporal da aids: a interiorização
A partir do eixo Rio-São Paulo, os casos de aids disseminaram-se
para as demais regiões, inicialmente às metrópoles regionais – como Porto
Alegre, Recife, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador –, a partir do final da
década de oitenta. As transformações no perfil da aids no Brasil, embora com
dinâmicas regionais e populacionais distintas, devem-se, sobretudo, a difusão
geográfica da doença a partir dos grandes centros urbanos em direção aos
municípios de médio e pequeno porte do interior do País, ao aumento da
transmissão heterossexual e à manutenção de casos entre usuários de drogas
injetáveis (UDI). Atualmente, a epidemia já atinge 79% dos 5508 municípios
brasileiros. Os cartogramas representados na figura 1 ilustram a progressiva
expansão da epidemia do litoral sudeste para as regiões Sul, Nordeste e
Centro-Oeste, considerando-se os municípios com pelo menos um caso de aids
registrado, para os períodos de 1880 a 1988, de 1989 a 1996 e de 1997 a 2004. Desde o inicio da epidemia, em 1980, até junho de 2005 foram notificados 371827 casos de aids. Desses casos, 14309 são crianças, 245484 adultos masculinos e 112034 adultos femininos. Com registro de ocorrência de casos em quase todo o território nacional, a distribuição da aids, no entanto, não é homogênea, quanto às regiões de residência, sexo, idade, grau de escolaridade nem no que se refere às categorias de transmissão. Observando-se uma maior concentração de casos nas regiões Sudeste e Sul, as taxas de incidência nos últimos anos evoluíram, em todo o País, de 12,1 por 100 mil habitantes, em 1994, para 17,2 por 100 mil habitantes, em 2004, com uma grande variação entre os diferentes estados da federação. Embora tenha ocorrido um crescimento da epidemia da aids no país, nos anos mais recentes, no entanto, verifica-se uma tendência à estabilização nas regiões mais desenvolvidas – Sul, Sudeste e Centro-oeste, com queda das taxas de incidência nos anos de 2003 e 2004 (figura 2). Nas regiões Norte e Nordeste, as taxas continuam em ascensão.
A análise da distribuição dos casos de aids, segundo tamanho populacional dos municípios, mostra que os grandes centros urbanos detêm, atualmente, o menor aumento relativo de casos de aids, configurando uma desaceleração da velocidade de crescimento da epidemia. Por outro lado, o crescimento da epidemia tem sido maior, desde 1999, entre municípios pequenos, com menos de 50 mil habitantes. Trata-se, via de regra, de municípios mais pobres e de menor renda per capita, e com mais baixa capacidade de resposta para as demandas sociais, entre elas a saúde.
Mudanças na via de transmissão: a heterossexualização e a
feminização No início da
epidemia, o segmento populacional constituído dos homens que fazem sexo com
outros homens – homossexuais e bissexuais – foi o mais atingido. No ano de
1984, 71% dos casos notificados eram referentes a homossexuais e bissexuais
masculinos. Entretanto, à extensa disseminação inicial, seguiu-se certa
estabilização em anos posteriores, em especial entre aqueles homens
pertencentes aos estratos sociais médios urbanos, em todas as regiões do
País, em meio aos quais verificou-se relevante mobilização social e mudança
de comportamento no sentido de práticas sexuais mais seguras, traduzindo-se
em uma redução da participação desta subcategoria de exposição entre os casos
notificados, correspondendo em 2004, a apenas 16,3% dos casos. Presentemente, no Brasil, a via de transmissão heterossexual constitui a mais importante característica da dinâmica da epidemia, com expressão relevante em todas as regiões. Houve um incremento importante desta forma de transmissão: de 6,6 % em 1988, para 39,2%, em 1998, e, mais recentemente, em 2004, 61,3%. Esta característica tem contribuindo de modo decisivo para o aumento de casos em mulheres, traduzido na progressiva redução da razão de sexo (dada pela razão entre os casos do sexo masculino e os casos do sexo feminino), no tempo e em todas as categorias de exposição. Os valores da razão de sexo passaram de 26:1, em 1985, para 6:1 em 1989, situando-se em menos de 2:1, desde 1998 (Figura 3). Outro aspecto importante é o de que as menores razões de sexo são encontradas nos municípios brasileiros com menos de 50 mil habitantes. Aproximadamente 20% dos pequenos municípios que notificaram a doença já inverteram a relação de incidência entre os sexos. Entre as mulheres, cerca de 60% são donas-de-casa, em todos os níveis de escolaridade, na faixa etária de 20 a 39 anos.
Quanto à categoria de transmissão sangüínea, alterações
relevantes foram observadas, principalmente em hemofílicos e em indivíduos
que receberam transfusão de sangue. Segmentos populacionais intensamente
atingidos no início da epidemia vêm apresentando um importante declínio ao
longo do tempo. Essa queda é conseqüência do controle do sangue e
hemoderivados, principalmente com a disponibilidade dos testes laboratoriais
para detecção de anticorpos anti-HIV, a partir de 1986. Em 1984, essas
subcategorias representavam 62% dos casos da categoria de exposição sangüínea
e, em 2004, representam menos de 0,5%. Enquanto isto, o segmento de usuários
de drogas injetáveis, que desde meados dos anos 80, passou a ocupar posição
de destaque entre os casos por transmissão sangüínea, mantém-se em difusão em
determinadas áreas geográficas. A participação dos UDI, entre as ocorrências
de aids, desempenhou papel central no processo de expansão da epidemia para
municípios de pequeno e médio porte, a partir de uma disseminação inicial ao
longo da faixa que conecta o Centro-Oeste ao interior paulista e, mais
recentemente, no litoral sul do País, bem como tem contribuído para o aumento
de casos entre as mulheres usuárias de drogas injetáveis ou aquelas que
contraíram o HIV por meio de relações sexuais com parceiros UDI. Destaca-se
um predomínio da transmissão sexual para ambos os sexos, com baixas
proporções de casos registrados em UDI, nas regiões Norte e Nordeste. Com relação à transmissão vertical do HIV, ou seja, a
transmissão da mãe infectada para o seu concepto durante a gravidez, parto ou
aleitamento natural, observou-se um progressivo aumento desta categoria ao
decorrer do tempo, como conseqüência direta da maior participação feminina
entre os casos de aids no Brasil. No entanto, desde 1997, após a introdução
universal da terapia anti-retroviral para gestantes de todo o país,
observa-se uma redução significativa de novos casos de aids em crianças
nascidas a partir daquele ano. Em 2004, foram notificados apenas 414 casos em
menores de 13 anos. Perfil socioeconômico dos casos de aids: a pauperização A escolaridade tem sido utilizada como variável proxi de situação socioeconômica, e o fenômeno de pauperização tem sido caracterizado pelo aumento da proporção de casos de aids com baixa escolaridade. Houve expressiva mudança no perfil da escolaridade dos casos notificados entre adultos. Em 1985, o percentual de casos com nível superior ou médio era de 76%, enquanto apenas 24% dos casos eram analfabetos ou tinham cursado até os primeiros quatro anos do ensino fundamental. Nos anos subsequentes, houve uma tendência progressiva de aumento no registro de casos com menor grau de escolaridade, observando-se em 2000, entre os casos com escolaridade informada, que 74% eram analfabetos ou tinham cursado o ensino fundamental, e apenas 26% tinham mais de 11 anos de escolaridade ou curso superior.
Ana Maria de Brito é médica, mestre em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco e doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. É também pesquisadora do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz, e professora do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, da Universidade de Pernambuco. OBS.: Os dados utilizados neste artigo foram retirados de
documentos oficiais do Ministério da Saúde, disponível no site:
www.aids.gov.br: Boletim
Epidemiológico AIDST, Ano I nº 01- 01ª à 26ª semanas epidemiológicas - janeiro a
junho de 2004 / e Ano II nº 01- 01ª à 26ª semanas epidemiológicas - janeiro a junho
de 2005 - ISSN 1517 1159 |
Caro leitor, cara leitora, segue abaixo o que escrevi há três anos sobre a epidemia. Uma boa leitura!
Aids ( dezembro de 2003 )
Prof. Helio de Araújo Evangelista ( www.feth.ggf.br )
Na época que analisava a violência no Rio de Janeiro ( cidade e estado ) em 2001, passei a cuidar das informações fornecidas pelo Ministério da Saúde ( e respectivo site ) que tratavam das diferentes razões que levavam à morte a população brasileira ( doença, violência, trânsito, etc. ). Nesta época foi possível encontrar uma tabela ( que hoje já não se encontra tão facilmente ) que demonstra a evolução dos diagnósticos de pessoas que contraíram Aids desde 1980 até dezembro de 2000 por cada estado da federação brasileira.
Distribuição dos casos de aids e coeficientes de incidência ( taxa por 100.000 habitantes ), segundo período de diagnóstico e local de residência ( Unidade Federada e Macrorregião ). Brasil, 1980 – 2000 .
UF/REGIÃO |
1980-1990 |
1991 |
1992 |
1993 |
1994 |
1995 |
1996 |
1997 |
1998 |
1999 |
2000 |
TOTAL
1980-2000 |
|||||||||
|
Nº |
Nº |
TAXA |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
T |
Nº |
Nº |
BRASIL |
24.743 |
11925 |
8,1 |
15027 |
10,1 |
16877 |
11,2 |
18339 |
12,1 |
20024 |
13,0 |
22554 |
14,6 |
22811 |
14,8 |
22447 |
14,6 |
16749 |
13,9 |
4520 |
196.016 |
NORTE |
233 |
135 |
1,3 |
199 |
1,9 |
235 |
2,2 |
322 |
2,9 |
363 |
3,2 |
432 |
3,8 |
502 |
4,3 |
512 |
4,3 |
353 |
2,9 |
123 |
3.409 |
RONDÔNIA |
26 |
4 |
0,4 |
26 |
2,3 |
28 |
2,3 |
40 |
3,1 |
45 |
3,3 |
42 |
3,4 |
43 |
3,4 |
30 |
2,4 |
14 |
1,1 |
20 |
318 |
ACRE |
12 |
7 |
1,7 |
7 |
1,6 |
8 |
1,8 |
10 |
2,2 |
1 |
0,2 |
6 |
1,2 |
12 |
2,4 |
15 |
2,9 |
23 |
4,4 |
7 |
108 |
AMAZONAS |
61 |
35 |
1,7 |
57 |
2,6 |
66 |
3,0 |
93 |
4,1 |
94 |
4,0 |
103 |
4,3 |
152 |
6,2 |
161 |
6,4 |
193 |
7,5 |
38 |
1.053 |
RORAIMA |
17 |
13 |
6,0 |
7 |
3,1 |
7 |
2,9 |
6 |
2,4 |
8 |
3,0 |
16 |
6,5 |
15 |
5,9 |
20 |
7,7 |
17 |
6,4 |
29 |
155 |
PARÁ |
100 |
65 |
1,3 |
87 |
1,7 |
112 |
2,1 |
148 |
2,8 |
179 |
3,3 |
217 |
3,9 |
218 |
3,9 |
223 |
3,9 |
36 |
0,6 |
7 |
1.390 |
AMAPÁ |
6 |
3 |
1,0 |
9 |
2,9 |
1 |
0,3 |
6 |
1,9 |
17 |
5,2 |
19 |
5,0 |
32 |
8,0 |
19 |
4,5 |
36 |
8,2 |
16 |
164 |
TOCANTINS |
11 |
8 |
0,9 |
6 |
0,6 |
13 |
1,3 |
19 |
1,9 |
19 |
1,9 |
29 |
2,8 |
30 |
2,8 |
44 |
4,0 |
34 |
3,0 |
8 |
221 |
NORDESTE |
1892 |
965 |
2,3 |
1175 |
2,7 |
1311 |
3,0 |
1461 |
3,3 |
1552 |
3,5 |
1925 |
4,3 |
2123 |
4,7 |
2531 |
5,5 |
2049 |
4,4 |
718 |
17.702 |
MARANHÃO |
130 |
77 |
1,6 |
84 |
1,7 |
111 |
2,2 |
124 |
2,4 |
143 |
2,7 |
162 |
3,1 |
173 |
3,3 |
188 |
3,5 |
92 |
1,7 |
25 |
1.309 |
PIAUÍ |
55 |
34 |
1,3 |
31 |
1,2 |
28 |
1,1 |
62 |
2,3 |
75 |
2,8 |
69 |
2,6 |
93 |
3,4 |
75 |
2,8 |
101 |
3,7 |
62 |
685 |
CEARÁ |
251 |
189 |
3,0 |
254 |
3,9 |
211 |
3,2 |
265 |
4,0 |
330 |
4,9 |
323 |
4,7 |
314 |
4,5 |
578 |
8,2 |
397 |
5,6 |
144 |
3.256 |
RIO
GRANDE DO NORTE |
94 |
55 |
2,3 |
62 |
2,5 |
76 |
3,0 |
93 |
3,7 |
70 |
2,7 |
104 |
4,1 |
123 |
4,7 |
155 |
5,9 |
101 |
3,8 |
18 |
951 |
PARAÍBA |
90 |
42 |
1,3 |
58 |
1,8 |
85 |
2,6 |
88 |
2,7 |
89 |
2,7 |
120 |
3,6 |
119 |
3,6 |
156 |
4,7 |
183 |
5,4 |
91 |
1.121 |
PERNAMBUCO |
541 |
229 |
3,2 |
253 |
3,5 |
308 |
4,2 |
348 |
4,7 |
385 |
5,2 |
532 |
7,2 |
543 |
7,3 |
666 |
8,9 |
410 |
5,4 |
137 |
4.352 |
ALAGOAS |
103 |
34 |
1,4 |
63 |
2,5 |
77 |
3,0 |
71 |
2,7 |
80 |
3,0 |
97 |
3,7 |
119 |
4,5 |
84 |
3,1 |
103 |
3,8 |
13 |
844 |
SERGIPE |
63 |
18 |
1,2 |
40 |
2,6 |
45 |
2,9 |
91 |
5,8 |
77 |
4,8 |
75 |
4,6 |
90 |
5,4 |
89 |
5,3 |
92 |
5,4 |
18 |
698 |
BAHIA |
565 |
287 |
2,4 |
330 |
2,8 |
370 |
3,0 |
319 |
2,6 |
303 |
2,4 |
443 |
3,5 |
549 |
4,3 |
540 |
4,2 |
570 |
4,4 |
210 |
4.486 |
CENTRO-OESTE |
801 |
597 |
6,3 |
742 |
7,6 |
833 |
8,5 |
1007 |
10,0 |
1208 |
11,8 |
1282 |
12,2 |
1429 |
13,3 |
1181 |
10,7 |
723 |
6,4 |
200 |
10.003 |
MATO
GROSSO DO SUL |
197 |
141 |
7,9 |
160 |
8,9 |
275 |
14,9 |
252 |
13,4 |
288 |
15,1 |
326 |
16,9 |
285 |
14,5 |
281 |
14,1 |
210 |
10,4 |
78 |
2.493 |
MATO
GROSSO |
134 |
78 |
3,8 |
97 |
4,7 |
106 |
4,9 |
170 |
7,6 |
204 |
8,8 |
280 |
12,5 |
295 |
12,9 |
218 |
9,3 |
60 |
2,5 |
9 |
1.651 |
GOIÁS |
261 |
172 |
4,3 |
261 |
6,4 |
234 |
5,6 |
344 |
8,1 |
448 |
10,4 |
379 |
8,4 |
513 |
11,1 |
394 |
8,3 |
263 |
5,4 |
26 |
3.295 |
DISTRITO
FEDERAL |
209 |
206 |
12,9 |
224 |
13,6 |
218 |
13,0 |
241 |
14,1 |
268 |
15,4 |
297 |
16,3 |
336 |
17,9 |
288 |
15,0 |
190 |
9,6 |
87 |
2.564 |
SUDESTE
|
19.917 |
8930 |
14,3 |
11953 |
17,7 |
12426 |
19,4 |
13035 |
19,9 |
13990 |
21,1 |
15443 |
23,1 |
14926 |
21,9 |
13642 |
19,8 |
10172 |
14,6 |
2403 |
136.237 |
MINAS
GERAIS |
1.071 |
542 |
3,4 |
874 |
5,5 |
1285 |
8,0 |
1486 |
9,1 |
1361 |
8,2 |
1417 |
8,5 |
1362 |
8,1 |
1184 |
6,9 |
1100 |
6,4 |
310 |
11.992 |
ESPÍRITO
SANTO |
167 |
83 |
3,2 |
114 |
4,3 |
162 |
6,0 |
205 |
7,5 |
202 |
7,2 |
232 |
8,3 |
309 |
10,8 |
275 |
9,5 |
206 |
7,0 |
37 |
1.992 |
RIO
DE JANEIRO |
5.222 |
17889 |
14,0 |
2277 |
17,6 |
2317 |
17,7 |
2394 |
18,2 |
2716 |
20,4 |
3278 |
24,5 |
3438 |
25,4 |
3163 |
23,1 |
2174 |
15,7 |
833 |
29.601 |
SÃO
PAULO |
13.457 |
6516 |
20,6 |
8088 |
25,2 |
8662 |
26,5 |
8950 |
27,0 |
9711 |
28,8 |
10516 |
30,8 |
9817 |
28,2 |
9020 |
25,6 |
6692 |
18,7 |
1223 |
92.652 |
SUL |
1.900 |
1298 |
5,9 |
1558 |
6,9 |
2072 |
9,2 |
2514 |
11,0 |
2911 |
12,6 |
3472 |
14,8 |
3831 |
16,1 |
4581 |
19,0 |
3452 |
14,1 |
1076 |
28.665 |
PARANÁ |
387 |
297 |
3,5 |
433 |
5,1 |
553 |
6,4 |
663 |
7,5 |
792 |
9,1 |
956 |
10,6 |
1077 |
11,8 |
1246 |
13,5 |
1120 |
11,9 |
555 |
8.068 |
SANTA
CATARINA |
402 |
327 |
7,2 |
410 |
8,9 |
569 |
12,1 |
723 |
15,2 |
932 |
19,3 |
1039 |
21,3 |
1018 |
20,5 |
1173 |
23,3 |
652 |
12,8 |
148 |
7.393 |
RIO
GRANDE DO SUL |
1.111 |
674 |
7,4 |
715 |
7,7 |
950 |
10,1 |
1138 |
12,0 |
1187 |
12,4 |
1478 |
15,3 |
1736 |
17,8 |
2162 |
21,9 |
1680 |
16,8 |
373 |
13.204 |
Fonte : Embora o caminho www.aids.gov.br/site não mais exista, em outubro deste ano, 2003, ainda visualizei esta tabela no site www.aids.gov.br/site/tabela1.htm , ou seja, até aquele momento eles não tinham retirado a tabela da memória da página do ministério da saúde.
Atualmente há uma divergência, particularmente com a Igreja Católica, quanto a melhor forma de se combater o vírus da AIDS.
Até o momento, o governo brasileiro vem, de um lado, desenvolvendo formas de apoio aos já infectados. Quanto à prevenção, ele tem por política a divulgação do uso da camisinha. O que é curioso nesta postura é a crença de que a camisinha protege o usuário do vírus da AIDS. Após dois anos do mês de dezembro de 2000, último dado verificado na tabela acima, o Brasil já registrava 257 mil casos, ou seja, em dois anos, até dezembro de 2002, tivemos 25% de casos a mais ! Este número encontrado no www.aids.gov.br em outubro de 2003 nos leva a pensar que está havendo um crescimento tanto no uso da camisinha quanto no número de infectados !
O SEGREDO NA LUTA CONTRA A AIDS ESTÁ NA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO SEXUAL ACOMPANHADA PELO RIGOROSO CONTROLE DAS IMAGENS QUE ESTIMULAM A SENSUALIDADE.
QUERER UMA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO SEM UM CONTROLE NO PODER DAS IMAGENS QUE ESTIMULAM O ATO SEXUAL É ALGO SEMELHANTE A TER UM OMELETE SEM QUEBRAR A CASCA DO OVO !
PODEM PENSAR : MAS ISTO É REPRESSÃO CONTRA A VEICULAÇÃO DAS IMAGENS ! DE FATO É ! CERTAMENTE UMA REPRESSÃO MAIS TÊNUE QUE AQUELA PROPORCIONADA PELA DOENÇA !
NA LUTA CONTRA A EPIDEMIA DA SARS AO INÍCIO DO ANO DE 2003, MEDIDAS RIGOROSAS FORAM ADOTADAS AFRONTANDO OS ELEMENTARES DIREITOS DE IR E VIR DAS PESSOAS; E A EPIDEMIA FOI CONTROLADA!
SEM DURAS MEDIDAS A AIDS NÃO SERÁ CONTROLADA!
Segue abaixo uma nota publicada no jornal O Globo, dia 15 de dezembro de 2003, pág. 6 sobre a posição da Igreja Católica quanto à campanha do Ministério da Saúde a favor da camisinha para deter a AIDS no Brasil. A mesma é assinada pelo presidente da Comissão Nacional Família e Vida da Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros – CNBB .
A carta do Ministério da Saúde publicada nos jornais diz que a Igreja entra no campo científico quando põe em dúvida a eficácia dos preservativos.
A Igreja não se prende à maior ou menor eficácia da “camisinha”. Ela defenderia a mesma opinião ainda que os preservativos fossem absolutamente seguros. As suas razões, ligadas a princípios, são outras.
A primeira parte da própria natureza e das finalidades da relação sexual. Esta tende tanto à união sexual e afetiva do homem e da mulher como à sua natural decorrência: a procriação.
Luc Montagnier, descobridor do HIV, na IV Reunião Internacional da Aids em 1989, indica como deveriam ser as campanhas contra a Aids: “Há que educar a juventude contra o risco da promiscuidade e o vagabundeio sexual”. Isto foi dito pelo cientista descobridor do HIV, e não por um padre.
A segunda, porque a campanha tende a incentivar a promiscuidade e o sexo precoce. Não faz nenhuma advertência, simplesmente incita a usar a “camisinha”, fomentando com isso uma relação eventual e insegura.
Evitar o pior não justifica consentir no que é mau. Evitar a Aids é ótimo, mas fomentar a promiscuidade é péssimo. Não estaremos utilizando um inibidor para a Aids – o preservativo – que, em última análise, pode vir a se tornar causa desta mesma doença ?
O slogan da “camisinha” diz: “Pecado é não usar camisinha”. É difícil inventar tão ardilosa falácia. Pecado é não usar “camisinha”, mas não é pecado trair a esposa usando camisinha; não é pecado o desregramento sexual porque se usa “camisinha”; não é pecado perverter menores incitando-os a usar “camisinha”.
Fala-se na mesma carta de “direito democrático de expressar o próprio pensamento”. Se nas estatísticas do IBGE os católicos somam 120 milhões de brasileiros, a Igreja Católica tem, obviamente, o direito democrático de expressar a sua opinião.
O direito democrático pertence a todos ou só a quem tem o poder estatal na mão ?
A Igreja não entra no mérito científico da eficácia profilática do preservativo, simplesmente constata e torna transparentes as pesquisas científicas existentes.
Mais de meia centena desses estudos apontam uma percentagem significativa de ineficácia. Perguntamos: o Ministério da Saúde ignora estas pesquisas, ou quer deixar a população na ignorância simplesmente para assegurar o êxito da sua campanha ?
D. Rafael Llano Cifuentes
Caso queira conhecer o teor desta desta nota ampliada na forma de uma notável carta, veja !