Revista geo-paisagem (on line)

Ano 11, nº 22,

Julho/Dezembro de 2012

ISSN Nº 1677-650 X

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O Capitalismo sob a perspectiva da Revolução Chinesa e suas consequências

 

Carolina Ramos Menezes 

·                     carolina.ramos.7543@facebook.com

 

                         Célio Quintanilha

 

·                     celio.quintanilha@facebook.com

 

                         Ludmila Caetano

 

·                     ludmilla.caetano.3@facebook.com

 

 

Resumo:

 

            No mundo contemporâneo a China vem se destacando como grande potência por utilizar dois sistemas econômicos e um sistema político, e se manter entre aqueles países que mais crescem economicamente. Atualmente com agigantamento da economia, a China desponta como potência de alcance mundial, propagando uma expectativa ambígua, pois uns creem num crescimento contínuo e outros em um declínio econômico. Entretanto, embora apresente um grande desenvolvimento econômico, internamente o que se percebe é amplas desigualdades, tanto econômica quanto social.

            A China apresenta uma ascensão econômica relativamente recente. Até o século XIX, a China ainda era controlada por dinastia e sofria com o imperialismo norte americano e europeu. Tal situação só viria a se modificar a partir de 1920, quando foi instaurada a república. Durante um curto espaço de tempo a China passou por inúmeras transições, Dinastias\República, Comunismo\Socialismo de mercado, assim formando o país que vemos hoje. A China encontrou sua ascensão por seus próprios caminhos.

            O presente trabalho tem como objetivo analisar e expor as mudanças sociais e econômicas ocorridas na China, desde a Revolução propriamente dita até as alterações recentes em função do aspecto político chinês. Esse por sua vez influencia diretamente a economia e controla com ‘mãos de ferro’ a sociedade.

Palavras chave: revolução, socialismo, economia, potência.

 

Abstract:

 

            In the contemporary world as China has emerged as a great power by using two economic systems and political system, and keep those among the fastest growing countries economically. Today, with a growing economy, China has emerged as the power of global reach, propagating an expectation ambiguous because some believe in continuous growth and others in an economic downturn. However, although having a large economic development internally what we see is wide inequalities, both economically and socially.

            China has a relatively recent economic rise. Until the 19th century, China was still controlled by the dynasty and suffered with the North American and European imperialism. Such a situation would only change is from 1920, when the Republic was established. Over a short space of time China has numerous transitions, Dynasties\Republic, Communism\Socialism, thus forming the country we see today. China met its rise by their own ways.

            This study aims to analyze and expose the social and economic changes that have occurred in China since the Revolution itself until recent changes in function of Chinese political aspect. This in turn directly affects the economy and controls with 'iron hands' society.

Keywords: revolution, socialism, economy, power.

 

I.                   Revolução Chinesa: a história

            No decorrer do século XIX, a China ainda se encontrava controlada por dinastias, sofria com a grande exploração econômica por parte das grandes potências europeias, permanecia com uma sociedade quase exclusivamente agrária, consagrada à produção de alimentos. Esta situação começou a se modificar em 1905, com a fundação do Partido Popular Nacional, pelo médico Sun Yat Sem. O partido recém criado pretendia transformar o país através de revoluções sociais e econômicas. Sun Yat Sem foi nomeado presidente da república chinesa após a queda da monarquia, no entanto Sun não controlava toda a China, pois uma porção do território era comandada pelas elites rurais, algumas províncias reivindicavam autonomia e outras eram divididas em feudos. Esse desmembramento facilitava a influência das grandes potências europeias, transformando a China em um grande caos.

 

            Os chineses não tinham armas ideológicas contra o imperialismo.A Revolução Russa despertou nos chineses uma nova visão aprendida através do Marxismo de Lênin.Em 1917, houve um fortalecimento do comunismo, que a cada dia ganhava mais adeptos, apoiado pela URSS que pretendia formar um grande partido comunista na Ásia. Em 1922, é fundado o Partido Comunista Chinês, que teve como primeiro secretário Geral do Partido Chen e entre os delegados se encontra Mao-Tse-Tung e Peng Pai.

 

            Em 1925 Sun Yat Sem morre, sendo substituto por Chiang Kai Sheck que assume a liderança dos Kuomitang. No entanto, como o recém formado Partido Comunista Chinês estava a cada dia maior,representando então uma ameaça a seu governo, Chiang Kai Sheck voltou-se contra os comunistas, seus antigos aliados, e mandou massacrá-los. Milhares deles formam mortos, sobretudo em Shangai. A partir daí,Chiang Kai Sheck declara guerra sem tréguas aos comunistas, que foram obrigados a fugir para o Norte do país. Sob a liderançade Mao Tse Tung, cerca de 300 mil soldados além de mulheres e crianças empreenderam a Longa Marcha , um avanço de 10000 km em direção a província de Shensi.

 

            Em 1937 aproveitando o conflito interno chinês, o Japão invadiu o país, apesar deter ocupado, em 1931, a Manchúria. Nos primeiros anos de guerra, a ofensiva japonesa é avassaladora, chegando a estabelecer quatro cidades satélites: na Manchúria, em Pequim, na Mongólia Interior e em Nanquim.  As tropas chinesas se tornam impotentes para conter a ofensiva, mas Chiang continuava priorizando os ataques aos comunistas e esquecendo-se de frear o exército japonês.

 

            A partir de 1942, o PCC combina a guerra contra o Japão com medidas revolucionárias em favor do campesinato. Os exércitos do PCC engrossavam suas fileiras, com o apoio recebido dos camponeses satisfeitos com as políticas de reforma agrária. Enquanto os exércitos comunistas progrediam, os exércitos de Chiang sofriam e permaneciam impotentes frente aos inimigos,embora recebesse quase toda a ajuda destinada a China. A corrupção no interior do exército de Chiang atingia altos níveis: os generais não só repartiam os soldos entre si, como também tratavam os camponeses de forma tão brutal quanto os japoneses. Em contrapartida, os exércitos comunistas começam a aparecer, aos olhos da China, como os ‘exércitos da honestidade’.

 

            O resultado da 2ª Guerra Mundial favorece os aliados. As tropas da URSS ocupam a Manchúria chinesa, até então controlada pelo Japão, que se retira da China.Com o fim da ocupação japonesa, as contradições internas da China reaparecem com toda força. Os vencedores da 2ª Guerra Mundial, URSS e EUA, porém tentam minimizá-las. Em 1946, o general Marshall chega ao território chinês para propor um governo de unidade nacional. A condição seria a dissolução dos exércitos controlados pelo PCC. Stalin aconselha o partido a aceitar, no entanto, Mao aferra-se decididamente as armas. As armas dos japoneses, recuperadas pelo exército soviético, estão sob posse do PCC. Chiang atrapalha as negociações, pois só tem uma ideia: acabar com os comunistas, e sente-se confiante para isso depois dos reforços militares recebidos. Em julho de 1946, põe em marcha a ofensiva contra os vermelhos, com um exército enorme apoiado pelos norte-americanos.

 

            Abandonados por Stalin, cujo conselho dado para a formação de um governo de frente nacional havia sido rechaçado, e cercados, pois o Exército Vermelho (soviético) havia entregado a Manchúria para Chiang, os líderes comunistas chineses tiveram que se confrontar com a mais poderosa ofensiva que as tropas brancas jamais lançaram contra o seu exército. A única possibilidade que lhes restava era mobilização revolucionária das massas. Afastando sua linha stalinista dos anos anteriores, adotaram um programa limitado de reforma agrária, que foi saudado pelas massas com grande entusiasmo. Por todos os lados surgiram comitês camponeses e grupos de resistência que se organizaram para defender e estendera reforma agrária e para esmagar Chiang, o representante dos latifundiários.

 

            O avanço do exército de Mao expressou, sobretudo, o produto do recrutamento massivo do campesinato revolucionário e do paralelo colapso do exército camponês de Chiang, que foi contaminado pela revolução e pela fome de terras. Assim, o nascimento da revolução chinesa iniciou o fim do “stalinismo” do PC chinês. O PCC deixou de se subordinar as diretrizes do Kremlin, ficou sob a dependência das massas e de suas ações, modificando sua composição social, deixou de ser um partido stalinista e transformou-se num partido centrista, cujo avanço era paralelo a revolução.

 

            A população experimenta enorme repugnância diante do exército e do governo de Chiang. Além disso, este aparece agente direto dos EUA, num país que permaneceu mais de 100 anos lutando contra potências estrangeiras. O exército dirigido pelo PCC, Exército Popular de Libertação, apoiado na rebelião de milhões de camponeses, começa a inclinar a balança a seu favor. O exército de Chiang se desestrutura, mostrando sua incapacidade diante de seus próprios homens de por fim à corrupção.Em janeiro de 1949 o PCC, entra vitoriosamente em Pequim, obrigando a fuga de Chiang. Já em dezembro,Chiang e o que restava de seu governo refugiaram-se na Ilha Formosa (Taiwan). A embaixada da URSS foi à última delegação estrangeira a ficar ao seu lado, até o último momento. Finalmente, em 1º de outubro de 1949 é proclamada a República Popular da China.

 

II.                A Transformação política, social e econômica da China

 

            As diretrizes que Mao impôs à China, depois da tomada de poder, já estavam previstas em seu texto “Sobre a Nova Democracia”, de 1940. As tarefas iniciais para a construção do Estado socialista envolvia a derrota dos grandes proprietários e o combate ao imperialismo.O poder, na realidade, apesar do pluralismo aparente dos partidos políticos, pertencia exclusivamente ao partido comunista, que mobilizava o interesse popular com muita habilidade, realizando manifestações em Pequim.

 

            No plano social, o novo governo dedicou-se à eliminação da antiga classe social dominante, considerada parasita,causando numerosas execuções em 1951. O comunismo chinês libertou as mulheres das suas antigas dominações, estabelecendo a igualdade entre os sexos, a liberdade de casamento, o acesso às mais altas funções públicas.Tais mudanças representaram para a China uma enorme revolução nos costumes milenares.

 

            No Plano econômico, a fase entre 1949 e 1952 foi marcada pela reconstrução da economia chinesa. Nesse momento, coexistiam empresas estatais, mistas, privadas, pequenos produtores e grandes cooperativas dirigidas pelo Estado.  A reforma agrária foi instituída em 1949, tendo início a desapropriação dos grandes latifundiários. Posteriormente, em 1953,os pequenos proprietários foram agrupados em cooperativas agrícolas, tendo perdido a propriedade individual da terra e passado à condição de assalariados.

 

            O período entre 1958 e 1962 foi de crise. A queda brutal da produção levou os dirigentes chineses àcentralização do sistema de comunas, obtendo então melhores resultados. Em 1958 todas as indústrias foram nacionalizadas, passando para o controle do Estado ou das cooperativas.

 

            Com a morte de Mao TseTung e de Chu En-Lai, a luta pelo poder chinês foi renovada em 1976.Destacou-se então o grupo radical, liderado pela viúva de Mao, que vinha contra os partidários de Deng Xiaoping considerado direitista. O grupo radical foi derrotado e da crise emergiu como figura máxima Deng Xiaoping.

 

III.             China a partir de 1978: era pós Mao

 

            A partir de 1978, sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se um novo tempo na China. Os chineses no poder ambicionavam reformas econômicas paralelamente à abertura da economia ao exterior.

 

            As reformas na economia chinesa começaram pela agricultura. As famílias camponesas poderiam cultivar o que desejassem nas terras cedidas pelo Estado. Parte dessa produção deveria ser entregue ao Estado, enquanto a outra parte poderia ser vendida no mercado. O Estado por sua vez impôs restrições a essa venda a fim de evitar relações capitalistas de produção e elevou os preços pagos aos agricultores para incentivá-los. Ao mesmo tempo os consumidores passaram a receber subsídios para adquirir produtos agrícolas. Com a aplicação dessas medidas, disseminou-seno meio rural a iniciativa privada e o trabalho assalariado, aumentando a renda dos agricultores e expandindo o mercado interno, produzindo assim, um notável crescimento na produção agrícola chinesa.

 

            Passados quatro anos, Xiaoping deu início à abertura no setor industrial. As indústrias do Estado tiveram que se adaptar à nova realidade, melhorando a qualidade de seus produtos e abaixando seus preços. O governo permitiu ainda, o surgimento de pequenas empresas e a instalação constituição de empresas de fora do país, buscando atrair o capital estrangeiro.O principal atrativo era mão de obra chinesa cujo custo era baixo, além de ser bastante disciplinada e trabalhadora.

 

            A grande revolução, porém, veio com a criação das Zonas Econômicas Especiais, as ZEEs, em várias províncias litorâneas. As ZEEs consistem basicamente, em espaços territoriais onde são concedidas condições especiais para a fixação do capital estrangeiro e algumas liberações de mercado. Como objetivo de atrair investimentos externos, que trariam além de capital, tecnologia e experiência de gestão empresarial, que acabariam com a estagnação econômica do país, tais zonas foram postas em local estratégico, a escolha foi feita com extrema cautela, uma vez que as autoridades optaram pela região sul do país, deixando o norte e o centro isolados das influências ou ‘contágios’externos.Decido a inserir fortemente a China no cenário econômico internacional, o Estado aplicava nessas zonas baixos impostos, isenção total para a implantação de máquinas e equipamentos industriais e facilidades para remessa de lucros ao exterior, permitindo ainda que as empresas instaladas ali estabeleçam seu próprio plano de desenvolvimento. No entanto os frutos não foram somente bons, afinal o que se via nas zonas era concentração de renda, pois pequena parcela da população tinha acesso ao ‘bônus’, e desemprego, já que muitos camponeses deixavam suas lavouras para ir buscar melhores condições, e as indústrias conseguia empregar todos os milhares de chineses que deixavam o interior em direção ao litoral.

 

            Outro aspecto marcante é a utilização da expressão ‘socialismo de mercado’, pela China para definir seu sistema de governo. O socialismo de mercado, teoricamente, significa uma economia onde a regulação, orientação e iniciativa do Estado se sobrepõem à privada. Este tem duas características econômicas fundamentais: o planejamento econômico e a propriedade dos meios de produção. A primeira propõe a centralização, nas mãos do Estado, de todo o planejamento dos investimentos e regulação do mercado, deixando a livre iniciativa privada agir somente nas áreas consideradas relevantes pelo governo. Enquanto na segunda característica, o governo continuava sendo o maior proprietário de empresas, fábricas e indústrias consideradas estratégicas, embora na maior parte dos casos, como acionista majoritário e não mais como único proprietário. A propriedade da terra permanecia sendo direito do Estado, que cedia legalmente seu uso aos camponeses, impedindo que estes vendessem estas propriedades. O sistema financeiro era também controlado diretamente pelo Estado, como acionista majoritário, da maior parte dos bancos e instituições financeiras.

 

            Por outro lado, existem as características políticas desse sistema de governo aplicado na China. O governo é dominado pelo Partido Comunista, embora já haja outros partidos cuja expressão ainda é insignificante. O partido faz reformas econômicas com maior intensidade, controlando o ritmo da abertura na economia chinesa, fato que garante as altas taxas de crescimento, enquanto as reformas políticas ocorrem muito lentamente, pois a abertura rápida para um possível regime democrático é considerada um alto risco. Diante disso, percebe-se que a abertura política não aconteceu paralelamente à abertura econômica.

 

IV.             Conclusão

 

O capitalismo sobrevive?

 

            Ao pensar nesta pergunta, ainda mais quando se tem o cenário chinês como pano de fundo, o pesquisador pode ser levado a imaginar algo que esteja fora de realidade. Porém, desapegando-se de toda a carga histórica que sempre colocou China e Capitalismo em polos opostos, somos levados a usar o mesmo pano de fundo, mas sob olhares mais detalhistas e críticos.

 

            O contexto econômico atual, que fez a China repensar seus moldes de mercado e abrir, ainda que em parte, seus negócios com o restante do mundo, também é responsável pela conclusão óbvia de que, sob a perspectiva chinesa de mercado, o capitalismo não só sobrevive, como é alimentado no que lhe é mais vital, a mão de obra.

 

            Para fundamentar essa resposta, nos remetemos a Karl Marx. Para Marx, o capital é composto organicamente por duas vertentes: o capital constante e o capital variável. O primeiro é garantido através da aquisição de terras, máquinas, ferramentas ou bens físicos que pertençam ao proprietário. Sendo assim, seus valores serão garantidos, pois tratam-se de aquisições que geraram custo ao seu dono. O segundo diz respeito à mão de obra, uma vez que não pertence, sob forma de propriedade física ao proprietário. Este é, entre todos os processos da produção, o único que pode ser pago por uma unidade menor de valor. Ou seja, na mão de obra, é onde se pode obter lucro. A visão marxista aponta o lucro, ou mais valia, como sendo o dinheiro investido, mas acrescido de um percentual adquirido exatamente na relação entre empregador e empregado. Segundo ela, se o trabalhador tivesse sua remuneração correspondente, na íntegra, à atividade exercida, o acúmulo de capitais ou o aumento da riqueza não seria distribuído apenas em um sentido, o do patrão, mas haveria uma melhor distribuição desse dinheiro para todas as partes orgânicas dessa relação.

 

            A China de hoje oferece ao restante do mundo uma das melhores situações para instalação de empresas, principalmente do setor industrial. Pois é através da mão de obra, extremamente barata, que os empresários são atraídos a aquele país. Não é novidade, nas pesquisas atuais, saber que marcas conhecidas e altamente consumidas em todo o mundo, têm suas mercadorias fabricadas na China. O custo da fabricação de um produto pode ser tão reduzido, quando se tem mão de obra chinesa, que fabricar na China e pagar o transporte do produto final ao seu país, ou ao seu mercado alvo, através de navios, pode ser ainda mais rentável do que bancar todo o processo onde o mesmo produto será consumido. O que está por trás dessa relação de mercado, não é somente uma questão de logística de fabricação, onde a localização da fábrica respeita uma quase que imposição de rentabilidade, pensando na distribuição lucrativa do produto, mas sim algo que vai ainda mais além disso, que é tão somente a busca de menores custos, mesmo que o consumidor chinês, ou de qualquer país vizinho não esteja incluído no hall de público a ser atingido.

 

            O modelo econômico chinês, ou seu Socialismo de Mercado, transformou o país em uma potência que a história nunca produzira, quando se compara a escala temporal aos números avassaladores que a economia alcançou. Em números absolutos, a China ocupa o segundo lugar no ranking econômico mundial. Porém, ao dividir sua riqueza pela quantidade de habitantes, sua colocação é a quinta do mesmo ranking. Dos 53% de PIB que a China arrecada hoje, em forma de poupança, ela consegue suprir suas necessidades com 48%, deixando uma reserva que pode alcançar a marca de 27 trilhões de dólares. O país já ocupa a vaga de maior exportador mundial e, segundo alguns especialistas, em breve, também ocupará a vaga de maior importador. Em dezessete anos (entre 1980 e 1997) as exportações da China cresceram mais de dez vezes, passando de 18 para 183 bilhões de dólares. Os números de crescimento do PIB chinês são o retrato de um fenômeno desconhecido até então. Em vinte anos, chegou a 9,5% ao ano.

 

            Todos esses números nos levam a uma série de especulações. Uma delas, talvez a maior, seja: quem, em um futuro não muito distante, será o líder mundial da economia? Durante as pesquisas, várias vertentes de pensamento foram acessadas. Para alguns, esse modelo “fechado” pelo lado político e aberto pelo lado econômico, não resistirá por muito tempo e a China, se verá diante de uma estrada bifurcada, onde de um lado está a abertura total de mercado para o modelo capitalista chegar a todas as regiões do país e de outro estará o fechamento total, como o modelo rompido na década de 80, porém este pensamento precisaria basear-se em ideias tradicionais demais para o que se encontra atualmente por lá. A terceira maneira de pensar o futuro chinês é apostando exatamente no modelo exercido hoje. Segundo alguns especialistas, a China faz o que todos os países deveriam ter feito. Abrir seu mercado, porém com as empresas sob a ordem do Estado. Para eles, é assim que deve ser. O Estado comanda as empresas privadas e não o Estado serve às empresas privadas. Com esse método, já há quem certifique que a China não será a líder da economia mundial, ela já é. Mas não seria tão favorável assumir esse posto, quando se tem medo das especulações externas, já que os olhares do mundo inteiro se voltariam, ainda mais, para eles e das internas, uma vez que o povo do campo, não deve ser “contaminado” pelo consumismo capitalista que abrange o litoral do país. Por outro lado eles contam com o fato de que os Estados Unidos, atual líder, não estariam em posição confortável perante o restante do mundo para assumir a queda de posição. Talvez essa seja uma das explicações para a relação entre os dois países ser tão intensa, do ponto de vista econômico. De qualquer modo, de um lado ou de outro, o Capitalismo agradece.

 

V.                Referências Bibliográficas

 

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